domingo, 19 de maio de 2013

Capítulo 3 - Eu sou normal, tá?

Quero churrasco. Quero sorvete. Quero bolo. Quero refrigerante. Quero docinhos. Quero caramelo. Quero lingüiça. Quero macarrão. QUERO ATÉ MERDA se eu conseguir sair daqui viva, com a virgindade no lugar, a roupa lisinha como meu rosto cheio de espinhas e blá. Aquele carcumido cujo e loiro e parece uma banana sprite estava me encarando com a maçaneta na mão. Tô começando a achar que a bruxa má tá me rondando. E fazer o quê né? - O QUE VOCÊ FEZ?! - Ele gritou desesperado com as mãos na cabeça, por um momento, eu pensei que ele ia dançar o rebolation. - NASCI! - Justifiquei logo, agora, se ele perguntar como eu nasci terei que fazer uma simulação básica aqui pra ele entender o que eu creio que será uma coisa mais fálida que minha casa. Mais relaxe Carly, a bruxa má logo vai sair de férias e essas desgraças que vêem acontecendo com você vão manerar, e o que eu peço. - EU NÃO TÔ FALANDO DISSO! - Ele tomou a maçaneta da minha mão, ok, se ele não tava falando da minha nascência ele ta falando da cagada que eu fiz, meu medo e algo espledido. Faço merda até com medo, geralmente e isso mesmo.  - A maçaneta saiu. - Falei o que estava bem na cara e cruzei os braços. Vou bancar uma de segurança com cara fechada e nariz impinado, daria mais certo se eu fosse um armário da vida, mais tecnicamente eu sou uma cacatua feliz! - E OBVIO QUE ELA SAIU! EU ODEIO VOCÊ! - ESPERA... EU ODEIO VOCÊ. EU ODIAVA VOCÊ PRIMEIRO! - NEGATIVO! EU TE ODIAVA DESDE QUANDO NASCI! - E EU DESDE QUANDO ESTAVA NO ÚTERO DA MINHA MÃE! - E EU QUANDO ESTAVA NOS TESTÍCULOS DO MEU PAI! - Silêncio. - Dá pra tirar agente daqui? - Pedi calma, já que eu perdi o bate boca.  - Atravessa a porta. - Ignorância manda um "oi" para Justin não sei o quê Bieber. - Como se eu tivesse super poderes astância. - O que é isso? - Ele arqueou uma sobrancelha e me fez sorrir. - Você não entende minha língua. - E não mesmo! - Ele concordou e me empurrou de sua frente sem pedir licença, tive vontade de pegá-lo pelo pescoço e jogá-lo pela janela... Jane... JANELA! - AAAAAAAAAAH DEUS! - Gritei quicando até a janela, abri-a pulando feito coelho, Justin jogou a maçaneta na minha cabeça para chamar minha atenção, ele podia ao menos ter me chamado, porque a boca não serve só para pegar bactérias beijando alguém não, serve também para fazer pronúncias, me virei pra ele com a mão na cabeça e rosnei. - Quer parar de me machucar? - Foi quase um suplico. Maçanetas doem. - Tá pensando em passar por essa janela? - Você tem uma idéia melhor? - Você por acaso vai conseguir ao menos passar sua cabeça na janela? - Tá me chamando de cabeçuda? - Isso e bullying? Se for, vou processá-lo por me bullyfinar. - Carly... - Ele uniu as mãos como se fosse rezar, isso reze porque se você sair daqui vivo será uma benção de Deus. - Preste atenção na janela. ELA É PEQUENA! VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR PASSAR SUA ANTA! - NÃO OFENDE O ANIMAL! - Ok, acho que eu peguei pesado comigo mesma. - Minha cabeça tá doendo por sua causa. Se eu ficar com traumatismo craniano eu te mato! - Ah, eu nem joguei com força. - IMAGINE SE TIVESSE SIDO COM FORÇA?! Voltei com minha função de segurança enquanto ele procurava alguma saída, nem para ter uma porta no piso para eu passar, ficar por baixo da escola e encontrar dinamite. Assim eu explodo essa escola e todo mundo fica feliz, menos os professores que ficaram sem ganhar a verdinha deles, ok, vamos parar de pensar em Justin. Sim, parar de pensar em desgraças. Fiz careta de uma hora para outra, enquanto ele revirava as coisas da estante em minha esquerda, ele me olhou e bufou.  - Tá fazendo essa careta por quê? A culpa é sua mesmo!  - E que... - Eu me encolhi com as mãos pressionando a barriga. - Tá com vontade de... - Eu tô quase mixando na roupa! - Mixando e uma palavra muito feia! Tecnicamente a palavra certa é... "Eu estou quase fazendo xixi na roupa". - ISSO AÊ E PARA OS FRESCOS! - Gritei quase endoidando. - EU QUERO MIJAR MESMO! - Gritei irritada, vou fazer na roupa e ele terá motivo pra me zoar e rir da minha cara sempre que me ver ou passar por mim. - Fica calma! - FALA ISSO PRA MINHA... - Cale-se Carly que o constragimento será menor. - Pra sua o quê?! - Ele ria. - NADA! Ouvimos barulho na porta, eu me aproximei ainda pressionando minha barriga, encostei meu ouvido na porta ouvindo o barulho e fiz cara de confusa. - Tem alguém ai? - Perguntou Justin pra mim e eu ergui o dedo pra ele. - Não dá pra ver a porta tá fechada sua anta! - Olhei pra ele e ri. - Acho que é o zelaDORRRRRRRRRRRR! - A porta foi aberta com força me lançando em cima de Justin, caí em cima dele e rolamos até a parede, por favor não me perguntei onde minha cabeça veio parar! - Tira a cabeça daí, se você quer chupar diz logo! - Sussurrou ele, sim, minha cabeça estava em cima do zíper de sua calça, vergonha vem que vem! Me levantei e quase mijei na roupa, encarei o zelador e fiz jóia com o polegar. - BANHEIROOOOOOOOOO! - Gritei e saí correndo dali, largando Justin ali com o zelador para dar parte da ocorrência. Cheguei no toalete e fundei o pé na porta, assim que entrei corri quicando até uma das portas do banheiro e entrei, e fiz minhas necessidades que vocês sabem muito bem o quê. Sai aliviada do banheiro, comecei a andar animadamente para ir para minha doce casa, passei do lado de Justin que estava escorado na parede com cara de tamaduá. - Oi Justin. - Parei como se fosse um filme posto na pause saca? - JUSTIN? - Pernas preparem-se para se exercitarem. - Tive que subornar o zelador. - Afirmou ele. C-A-R-A D-E P-A-L! - Hm, ricos são assim? - Sorri. - Me suborne ai, pra eu ser sua amiga. Eu aceito um milhão! - Ele riu. - Não estou desesperado para ser seu amigo. - E eu também não, mais com dinheiro... - Interesseira! - Teu cú. - Fiz pose de modelo e sai dali, assim que sai da escola sai correndo para pegar um ônibus, MEUS 20 REAIS! Enfiei as mãos dentro das calças torcendo pro dinheiro tá lá, vai que ele caiu quando eu tava mijando? Um menininho passou do meu lado com a mãe dele, ambos me encararam. Claro, uma maluca no ponto de ônibus com as mãos dentro da calça, vão achar que eu tô me masturbando no meio da rua, e molé? - TÃO OLHANDO O QUÊ? - Gritei e peguei a nota. - AH MOLEQUE! - Gritei novamente e tirei a nota de dentro da calça e beijei ela. Não precisava beijar né? Agora é só esperar o ônibus! 2 HORAS DEPOIS Calma Carly, o ônibus vai passar. 1 HORA DEPOIS Tá chovendo, mais tudo bem. TUDO BEM?! Eu vou pedir carona e torcer para não ser um estrupador maníaco. Tava passando um carro do meu lado, sei que ele não vai pra rua da minha casa, mais vou pedir carona mesmo assim. Meu jeito de pedir carona e diferente desses comuns ai. Eu me jogo no meio do carro, se o carro parar eu ganho carona, se ele me atropelar eu não ganho. O carro quase me atropelou, mais freou na hora. - SAI DO MEIO DA RUA GNOMO! - Ele me chamou de Gnomo? Ele? Loiro? Carro chique? Homem? Se é que e homem. JUSTIN! CARALÉO ELE PARECE UM CHICLETE! - Eu prefiro ir andando na chuva. - Comecei a andar dando as costas para o carro, mais acabei sendo arrastada para dentro dele. Orei.  - Sua maluca o que tá fazendo na chuva? - Perguntou ele entrando novamente em seu carro e colocando o cinto. - Pousando pra revista playboy. - Você? - Ele riu. - Qual o problema? - Gnomos em revista playboy. - Vai tomar no teu cú! Ele acelerou saindo dali, olhei para a janela e encarei a chuva caindo, até que chegamos na casa dele, essa casa-mansão me deixa eufórica. Assim que entramos começou a trovejar, oh beleza. Pulei em cima do sofá, ficar com os pés no chão nesse trovão não e recomendável. - Tá com fome? - Perguntou ele aparecendo na sala com um copo d´agua. - Depende do que tem pra comer. - Tem comida. - Meu prato predileto. - Pulei do sofá e seguimos para a cozinha, me joguei na cadeira e ele me serviu um prato com um tantão de mistureba que tinha cheiro de atum. Estou enjoada de atum, mais vou comer porque tô com fome. - Então Carly, o que faz da vida? - Respiro. - Não falo disso. - Minha vida se resume em comer e dormir. - Que vida corrida. - Eu não vivo correndo, eu vivo vivendo. - Quase me engasguei. - É. - Ele me olhava enojado pela forma estúpida que eu comia, eu tava provocando ele. - E você? - Vou bem e você? - Idiota. - Respeito. - Algo que você não conhece. - Conheço sim. E ai quer chupar? - O encarei e ele riu pela minha cara. - Eu estava falando de melancia, mais se você pensou no meu pal, serve também! - Joguei minha comida na direção dele mais ele desviou, me levantei e sai dali irritada, ele logo me seguiu. - TARADO! - Desculpa, agente vai com mais calma. - Ele ria. - POR QUE VOCÊ NÃO PROCURA ALGO PRA FAZER? - Já tô fazendo, te provocando. - Falou simples. - Isso não e provocação e azaração. Seu cuzão. - Vou virar poeta porque rimou! - Tá, vamos fazer alguma coisa. - Não eu vou embora. - Eu te levo. - Sozinha eu me sinto mais segura. - E comigo? - Me sinto em um presídio. - Humilha. - Tá, me leva pra casa. - Falei por fim. - Agora eu não quero. - E se jogou no sofá e abriu as pernas. - E por quê não? - Tá chovendo! - Seu carro e feito de açúcar? - Uhum. - Seu anormal! - Eu sou normal, tá? - Prove! - Ok. - Ele se levantou e começou a dançar, parecia correr ou algo igual, depois começou a rebolar com as mãos na cabeça, e fazia movimentos de vai e vem. Até que ele parou e me encarou. - Nessa parte eu tiro a roupa. - E ia começar a tirar a blusa mais eu impedi. - NÃO, FICA COM ELA MESMO! - Cadê o povo daqui?! - Eu vou ali no banheiro. - Banheiro e uma palavra muito feia. Seja formal. - Falei rindo. - Tá, então eu vou ali tirar a água do joelho. - Piorou, e mais feio ainda. - Ele riu e revirou os olhos. - Beleza Carly, eu vou ali dá a mão para um velho amigo que você vai conhecer mais tarde.

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